Segundo a Instrução Normativa nº 7, de 17 de maio de 1999, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um produto classificado como orgânico “é aquele em que se adotam tecnologias que otimizem o uso de recursos naturais e socioeconômicos, respeitando a integridade cultural e tendo por objetivo a auto-sustentação no tempo e no espaço, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energias não renováveis e a eliminação do emprego de agrotóxicos e outros insumos artificiais tóxicos, organismos geneticamente modificados – OGM/transgênicos ou radiações ionizantes em qualquer fase do processo de produção, armazenamento e de consumo, e, entre estes, privilegiando a preservação da saúde ambiental e humana, assegurando a transparência em todos os estágios da produção e da transformação”.
Um bom exemplo da tecnologia utilizada na produção da soja orgânica é a aplicação de bactérias fixadoras de nitrogênio, visando à fixação biológica desse nutriente, com o objetivo de reduzir a sua utilização por meio de fertilizantes. Já existem produtos no mercado com essas bactérias, que podem ser empregados no cultivo orgânico.
Apesar do maior custo de produção se comparada à soja convencional, a produção de soja orgânica vem crescendo a cada ano. Praticamente, toda a produção brasileira é exportada para a Europa, devido ao maior poder aquisitivo da sua população e a falta da cultura nacional em consumir produtos orgânicos.
A soja orgânica ainda não é uma commodity, pois não segue as normas de comercialização da Bolsa de Chicago. Por se tratar de um produto com valor agregado e possuir uma boa demanda, seu preço tem se mantido em uma média de até 50% maior que o da soja convencional, o que gera bons resultados aos produtores, apesar do custo de produção ser cerca de 10% maior quando comparado ao cultivo tradicional.
A soja, tanto convencional como orgânica, é rica em proteínas, tornando-se muitas vezes uma alternativa a outros alimentos, proporcionando uma alimentação isenta de colesterol e gordura saturada. Assim, podem ser controladas: a obesidade, a incidência de acidentes cardiovasculares, câncer, osteoporose e diabetes. Além dessas características, a soja orgânica apresenta a vantagem de ser cultivada sem agrotóxicos, sendo, portanto, um produto mais saudável.
Atualmente, os principais estados brasileiros produtores de soja orgânica são Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Goiás. Para ser considerado orgânico, o produto precisa do selo de garantia emitido por uma empresa certificadora. No Brasil, as principais certificadoras são o Instituto Biodinâmico, a Associação de Agricultura Orgânica e o Ecocert.
A produção de soja orgânica é geralmente praticada por pequenos produtores. Contudo esse é um setor que está cada vez mais atrativo, aumentando o nível tecnológico de cultivo empregado.
O produtor interessado em cultivar a soja orgânica deve antes procurar um engenheiro agrônomo, afim de que este o oriente quanto aos procedimentos a serem seguidos para o seu plantio, pois, para cultivar a soja orgânica, é preciso seguir algumas normas, ser certificada por órgãos competentes, pois do contrário, não pode ser vendida como um produto orgânico.
Ci-Soja – Centro de Inteligência da Soja